sábado, 17 de dezembro de 2011

Luz!


Provavelmente hoje não dormirei cedo, o vinho ainda está na metade e por hoje não falei besteiras o suficiente. As luzes desta cidade esquecida brilham, um brilho artificial de natal, enquanto corre um menino ladrão e me rouba o sorriso mais preciso. E eu sigo sorrindo um sorriso que pouco a pouco me parece mais forçado, não era esta sua intenção seu menino ladrão, eu sei. E eu ando em todas as luzes da rua nova a brilhar, haverá ao menos por este mês, verde claro, amarelo, vermelho ... Luzes iridescentes. As estrelas? Eu olho para elas, nas noites que saio na rua e falo com meu ladrão ao telefone, são belas e me consola o fato de durarem pouco mais de um mês, quem as pendurou no céu sabia o que estava fazendo. Conto-as uma a uma durante os quarenta minutos de conversação, perco a conta toda vez que ele ri de alguma coisa boba que solto sem querer, é o sorriso mais bonito do mundo, é o mais verdadeiro... Nessas horas mesmo sem o calor, sem o cheiro, sem o corpo, eu sinto um alguém que mais uma vez me rouba algo que não sei bem explicar, maior que um sorriso. Me rouba a paz, a certeza de que posso ser feliz nos próximos dias, me rouba a segurança e tudo mais que me torne independente deste ser. Mas deixa em mim uma incrível certeza de que as coisas irão dar certo, e o telefone não tarda a tocar novamente... o mesmo sorriso, o brilho nos olhos, o beijo no pescoço. Afinal quem precisa viver em paz? A paz são os cinco minutos que passamos juntos enquanto o ônibus dele não chega.


Tainná Vieira de Lima

2 comentários:

Manuela Felix disse...

Nossa Tainná.... Que lindo... *_*

Mazes disse...

Que prazer delicioso ler esse texto.

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