domingo, 31 de julho de 2011

Bon Voyage



A estrada que se segue, é calma. Monótona em alguns pontos, a viajem longa me dá sono.
Ao lado tenho comigo uma mala cheia de roupas mal passadas, tenho também um velho travesseiro que guardo desde criança. Não diria que o que estou fazendo agora seja um tipo de fuga, não fugiria da vida... é mais uma espécie de recomeço, de deixar pra trás. Penso tanto nos amigos que vou deixar aqui, mas partir é a chance que eu tenho de conhecer esse mundão, não posso deixar esta chance ir longe de mim.  
No caminho ouço as músicas que ouvia nas noites de festa com os meus, tenho um livro com os versos escritos por eles, levo tudo isso comigo, no meu colo. Na minha bagagem carrego inúmeras lembranças dos corações que eu deixo nesta cidade, não iria sem levar um pouco de vocês.
Vou deixar também algo de mim, para que vocês sempre lembrem-se dos meus olhos de carinho, deixarei uns versos novos que fiz e minha coleção de CD's, deixarei também para quem quiser um lugar vago no meu coração, cabe todos vocês eu acho...
Por agora eu olho as arvores frondosas desta estrada, temos tantas estradas por percorrer ainda. O sono não vem e poucos aqui se dispõem a falar sobre as arvores da estrada, lembro do tempo em que caminhava entre as arvores com os meus. A saudade é malvada demais, a saudade acaba com o meu desejo de ir...  Passam as luzes, e poucas são as vezes que eu avisto as flores da estrada, mas quando vejo sinto uma alegria tremenda, lembranças do tempo em que brincava no jardim de minha avó.
Só peço que não se preocupem, estarei bem, muito confortável acredito, ademais as férias logo chegarão e poderei visitá-los... além disso mandarei para todos lindos cartões postais. Sei que será difícil deixar uma vida para trás... mas tenho que ir... essa vontade de me achar é mais forte do que eu.
Um beijo meus amores!
Algumas batalhas são travadas por amor (Anos Incríveis)
Tainná Vieira