quinta-feira, 17 de março de 2011

Deixe apenas o que for bom



E cada segundo que passa ... é um segundo que eu perco um pouco mais. 
A cada minuto, um farol, uma declaração de meia hora.  
A cada hora uma nova estação, uma nova paisagem verde-oliva. 
Sinto que é tão estranho e bom, como se o tempo fosse feito de memórias, momentos, onde a hostilidade não cabe. 
Passa agora a brisa leve, leva, levo esse dia comigo.
Em um vento um pouco mais forte, levar o meu infortúnio, tormento. 
Pegue meus monstros, deixando apenas as flores doces da estrada, as quais tanto prezo. 
Um tufão está acontecendo aqui agora, agora que muda o ano, e as nuvens são mais azuis,  leva as nuvens, pedaço mais frio de mim, leve consigo também. 
Leve este sentimento de culpa breve, quando eu não durmo o sono dos justos, a culpa de nem sempre escrever para os amigos, leva a culpa ... 
Deixe-me a calma, leve somente a calmaria. 
Deixa o desejo, deixa o tom, o ritmo e a música de instrumentos leves.
O despertar, a alegria do meu rosto, solta, sem realizar esse sonho. 
Mas leve os falsos amigos, as falsas memórias, leva somente toda ilusão que me enfraquece nas manhãs de pouco sol.
Todo o resto é suportável, mesmo se a energia do vento diminuir, eu sei que os anos passam ... tão rápido quanto os segundos. 
Ficar perdido já não é o problema, tem tanta coisa envolvida nisso, se o tempo é curto. A principal questão é onde se perder, e com quem. 




Tainná Vieira