sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Isso tudo que não vem.


Não são os olhos, nem os beijos, nem os abraços. Não é nada disso que me faz amar você. As cartas de amor, ou as rosas roubadas pra mim, também não é isso que me faz amolecer diante do seu cheiro. E também não é seu cheiro que me faz amar-te assim.


É toda a novidade que você me apresenta, é todo pavor que eu sinto cada vez que você vai pra longe de mim e a dor de pensar que você não me ama. É o ciúme que às vezes parece me arrancar dos olhos faíscas. Esta ânsia de te esperar todas as noites de lua. E o incrível medo dos dias de chuva sem aquele casaco velho que você tem guardado pra mim.

Nestes dias que você não vem me ver, parece que eu te amo mais. Parece que eu só te amo quando você me faz sofrer. Porque o frio fica tão cortante, a lua tão sem brilho. Os meus olhos tão sonolentos.

E a toda a verdade é que eu te amo por causa das nossas brigas, das nossas idas e vindas. De todas as vezes que a gente discorda e das outras que nem se quer nos olhamos de amor. Embora isso tudo pareça tão lógico pra você, é tão difícil pra mim confessar que te gosto mesmo nos domingos do teu sagrado futebol, mesmo nas tardes de sol que nunca aproveitamos, e nos dias de comemoração que quase nunca comemoramos.

É tão ruim amar você... Apesar de ser tão bom. Porque às vezes é só por tá perto, só pra sentir teu calor que eu te quero, e você nem vem.

 
 
 
 
Tainná Vieira