domingo, 27 de fevereiro de 2011

Era para maio


Pensar que ontem éramos filhos dos nossos pais, hoje somos do mundo, e o mundo não cuida de nós.  Ela me disse que eu seria o orgulho dos seus olhos e brincou comigo, e brinca todas as vezes que me liga. Ela é minha inspiração, por quem escrevo cartas e por quem choro no dia vinte e um.
O mês de outubro é tão bonito pra mim, ela é a minha luz, ela acende a vela pra mim. Me disse que eu não fosse tão do mundo, porque ele não iria cuidar de mim como ela faz. O mundo ia me mudar pra ela.
E reza nos meus dias de atraso, reza quando entro em casa cedo, sempre reza por mim. Briga comigo, chora comigo, ela mataria por mim, ela minha e eu tão dela. Sua dor é ter que me dividir com o mundo e as coisas que ele me faz.
Sua dor maior é por um instante me perder, deixar que fuja, deixar que eu minta, deixar-me partir ainda que por poucos dias.
Sem perceber sou mais do mundo, mas sempre fujo para os braços dela, porque a conheci primeiro, por que ela é o meu amor.


Tainná Vieira