sábado, 16 de outubro de 2010

RegressO

  Hoje eu cantei... muito mal por sinal.
Um canto descomprimissado com meus gostos musicais.
Canto sem sentido... canto de desespero e desapego.
E no meu canto rouco e desafinado achei minha poesia...
que não via havia dias... que já não via.
Ela estava presa em meus sabores adolescentes... e solta dentro de mim.
Ela era triste... e por muitas vezes vazia.
Ai... ai poesia.
E no meu canto eu voltei no tempo... e parti lentamente desta dimensão.
E no meu canto eu sumi.
Mas só por um momento minha voz encontrou discernimento... pra cantar meus seres.
Pra cantar meus tempos de outrora... pra cantar-me impacientemente.
E a minha poesia tornou-se mais minha e mais do mundo ao mesmo tempo. Tornou-se mais do mundo porque transparece em mim.
                                                              




Tainná Vieira