domingo, 27 de março de 2011

Amanheceu!




Na calma sigo meu passo, por muitas vezes sonolento, parado.
Sigo o passo no passo da alegria, ainda que em alguns dias o meu passo seja triste,
no fundo de toda tristeza eu guardo a beleza da alegria.
Ando por estradas vazias, e por vezes durmo em algum banco de praça, pra esperar o dia chegar.
Durmo e sonho o caminho colorido, e acordo com o canto do bem-ti-vi.
Bem te vi... dia que chegou!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Deixe apenas o que for bom



E cada segundo que passa ... é um segundo que eu perco um pouco mais. 
A cada minuto, um farol, uma declaração de meia hora.  
A cada hora uma nova estação, uma nova paisagem verde-oliva. 
Sinto que é tão estranho e bom, como se o tempo fosse feito de memórias, momentos, onde a hostilidade não cabe. 
Passa agora a brisa leve, leva, levo esse dia comigo.
Em um vento um pouco mais forte, levar o meu infortúnio, tormento. 
Pegue meus monstros, deixando apenas as flores doces da estrada, as quais tanto prezo. 
Um tufão está acontecendo aqui agora, agora que muda o ano, e as nuvens são mais azuis,  leva as nuvens, pedaço mais frio de mim, leve consigo também. 
Leve este sentimento de culpa breve, quando eu não durmo o sono dos justos, a culpa de nem sempre escrever para os amigos, leva a culpa ... 
Deixe-me a calma, leve somente a calmaria. 
Deixa o desejo, deixa o tom, o ritmo e a música de instrumentos leves.
O despertar, a alegria do meu rosto, solta, sem realizar esse sonho. 
Mas leve os falsos amigos, as falsas memórias, leva somente toda ilusão que me enfraquece nas manhãs de pouco sol.
Todo o resto é suportável, mesmo se a energia do vento diminuir, eu sei que os anos passam ... tão rápido quanto os segundos. 
Ficar perdido já não é o problema, tem tanta coisa envolvida nisso, se o tempo é curto. A principal questão é onde se perder, e com quem. 




Tainná Vieira

domingo, 13 de março de 2011

joyeux anniversaire




Dela só tenho a maior das saudades, a melhor das recordações.
O abraço apertado, as conversas sinceras, o olhar acolhedor.
Trago comigo teu sorriso mas amigo, tua canção mas feliz.
Trago tua paz, tua voz serena, teu passo firme.

És para mim, como uma estrela viva e brilhante, 
meu despertar nas horas de desespero
Meu gargalhar nos momentos de tristeza.
És minha amiga!
Flor de cada dia, com quem partilho minhas dores, meus amores, minhas alegrias.

Das homenagens, esta é a mais singela.
Mas pulsa meu coração, porque posso expressar todo carinho que te sinto.
Natália!
 Minha amiga, minha irmã, minha confidente. Só te desejo mais flores na estrada, mais chuvas de conquistas, mais raiar de sóis. Só te desejo a calma das pupilas, a luz do amanhecer. 

Eu amo você!!!
Feliz vida!


Tainná Vieira

sábado, 12 de março de 2011

Dos sonhadores a maior


Dos bosques, as flores mais vivas guardei.
Guardei a chuva que caia na tardinha, o sabor silvestre das madressilvas.
Aproveitei para guardar o calor da terra virgem, um pouco de vento quente.
Impossível é para mim, decifrar tudo isso, as coisas que eu guardo dos sonhos que eu tenho.
Ser criança em um dia, no outro anciã. É difícil mas passo dias e noites pensando nos sonhos.
Ser vida agora e morte ao mesmo tempo, que é simples viver assim.
A gente segue esse ritmo de sonho, e a vida?
E viver é só de ilusão?
Acho que é hora de acordar, que a vida passa num ir e vir de vento,
tão perto e tão mais perto de mim.
Por isso transformo, mudo, reinvento e acelero meus sonhos, o que para muitos é impossível.
Quando é assim é tão diferente, tão bom está comigo, tão ruim ao mesmo tempo.
E nesse misto de sensações, vou no passo da cantoria dos cantores que não sabem cantar.
Vou recitando meus próprios poemas sem rimas, cantando as vezes os versos dos outros.
E os sonhos? Eu deixo eles a sós, e vou no ritmo da chuva que cai na tardinha, e colho as madressilvas, rego a terra virgem, sopro o vento quente. E na mesma hora criança-anciã.
Sou a típica sonhante, das noites em claro.


Tainná Vieira

domingo, 6 de março de 2011

Desenho de março




O dia mal começa e já vejo tua casa azul, ontem tão suja. Apenas abri minha janela pra ver este espetaculo, a sua casa com portas e janelas cor de marfim, seria nossa casa um dia? talvez um lar? 
Num sorriso breve e sincero penso no futuro bem longe.
 Nós.
É por causa destes momentos que volta em mim a alegria, de vida longa e breve, a alegria dos meus dias sem nada a acrescentar, nada de que possa ter certeza, apenas dias comuns onde posso abri a janela, e me debruçar pra ver se te vejo. 



Tainná Vieira

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ressaca de um bom sonho



 Eles se amam, e dançam na hora das marchinhas.
Ele pierrot, ela colombina, bebem da alegria tão esbanjada e por momentos suja.
Gritam e correm descendo as ruas com seus rostos cobertos por tantas emoções.
E descem as ladeiras, e na descida tanta coisa acontece, que na multidão perdem-se aos poucos.
E somem um do outro, entre outros amores, entre outros carnavais.






Tainná Vieira