sábado, 21 de maio de 2011

Convidativo

Provar das frutas mais doces, dos vinhos mais suaves, o intimo dos sabores é o que procuro dia a dia.
Corre junto comigo, sente o perfume das flores silvestres, nós podemos encontrar juntos uma nova fragrância. 
Eu sei que ainda é cedo para me perder de vez, mas me perco todos os dias, e me acho só à noitinha quando as pessoas chamam por meu nome e perguntam sobre minhas incertezas. 
Você pode vir junto comigo, se quiser. Você quer?
Anda comigo à tardinha, é a hora que eu gosto de pensar, nada de aproveitável, claro, os bobos é a que aproveitam os pensamentos. Eu deixo que os pensamentos pensem por si só, que se percam dentro de mim. 
Os bobos.
Finalmente toquei no nome deles, tão bobo-bobinhos que guardam para si os meus ressentimentos, não liguem se eu não olhar para vocês quando eu passar feliz pelas ruas, nem olhem também para mim.
Eu convidei somente uma pessoa para vir junto comigo e até agora ela não me respondeu.
Pergunto novamente e pela última vez: Você vem junto comigo?
Nós podemos dançar se você quiser. Você quer?
Quem dera eu me livrar desta dor boa, que é este amor que te sinto, que é capaz de me fazer voltar atrás com as palavras, pois eu disse que iria perguntar só por mais uma vez. Mas pergunto todos os dias se você não quer me acompanhar. O convite está feito meu rapaz. 



Tainná Vieira

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Desejo e Lágrima


As pessoas!
O que falar delas se faço parte do seu mundo?
Se cometo os mesmos erros, se choro com os mesmos filmes de amor?
O que falar das pessoas... que direito eu tenho de julga-las?
Eu sei que ouço as mesmas músicas, pinto os mesmos quadros, tomo os mesmos drinks.
Então porque, justamente eu falaria delas, dessas pessoas que tenho comigo e também das tantas outras?
Porque elas alimentam meu choro? Dissipam meus sorrisos? Porque fogem quando eu mais preciso delas?
Isso não é motivo suficiente, não é.
Talvez eu pudesse falar, caso isso me trouxesse algo novo, algo bom, mas não.
Só acho que eu poderia sorrir mais para elas nas ruas, dar mais "bom dia", ler mais a suas cartas.
A atenção é sublime. E sublime também são as pessoas.


Tainná Vieira

domingo, 15 de maio de 2011

Sem cheiro e sem cor... E o sabor?


É com você mesmo. 
Siga-me se quiser, mas mostre seu olhar ao caminhar perto de mim, deixe que te veja.
Nada mais te pedirei, a não ser é claro, teu prazer... Teu sorriso de delírio e dor. Teu canto sórdido, tua voz amarga ou doce. É muito para você? E é doce seu cantar?
Você que me lê, que guarda minhas fotografias, deixa eu te conhecer pra poder te seguir também.
Não te pedirei nada além de uma flor, de um vinho e um vaso para por as flores, e taças para o vinho, claro. Teu sono leve, teu bocejar... Nada mais que teus segredos, teus sonhos, tuas dores. Isso é pedir demais? E é quente teu andar?
Preencho estas linhas de uma folha branca. Termina esta historia comigo rapaz. Conta comigo essa lenda. Deixa que eu te levo pela mão, e te mostro o caminho. Conta também tua historia, fala sobre tua vida e se mistura na minha... Perde-se comigo.
É grande demais a espera que você me faz sentir, a ânsia e o medo... O desejo de não te perder, o saber que eu ainda não te tenho. Não faça assim meu rapaz, já disse em outros poemas, meu tempo é relativo... Não deixe que passe tão rápido, nem que demore demais.


Tainná Vieira

sábado, 14 de maio de 2011

Relatividade

O tempo agora é relativo... pode ser que não. Eu sei que para mim passa rápido demais, canta e chora no mesmo ritmo que eu, e dança junto comigo. Agora é tudo relativo, ou quase tudo. Como eu que muitas vezes dou voltas nas opiniões. Agora que o tempo vôa e demora. Agora, eterno é agora, que as vezes passa rápido, mas que também demora.
Agora que ele passou e não me viu, não me tocou, agora demorou. E depois passou tão rápido, quando ele olhou. Areia branca do mar, vôa rápido-devagar, suja meus pés com esta areia.
Agora que o tempo é agora, ele não veio me ver. Agora acabou e é depois.
Já esperei tempo demais, ou de menos... já nem sei.
Só sei que demora esse agora.


Tainná Vieira

quarta-feira, 11 de maio de 2011

retour possible


Me pergunto porque tanto vai e volta. Porque a lágrima, e os sorrisos desesperados.
O jeito com que toca meus cabelos, deixa em mim um tempo bom... que vai e vem como nós dois.
Nessa dança eu sinto que pouco a pouco vou me perdendo, mas não me acho depois em você.
Me pergunto porque a ilusão... porque esse desejo de ilusão.
De leve sinto suas mãos tocando meus cabelos, eu olho você.
E por menos que eu queira, não consigo tirar os olhos do seu cheiro.
O som das suas risadas, o seu encostar no meu ombro nu, é o meu detalhe.
É você que é, se for perto de mim, e eu sem ser nada perto de você.
Por isso talvez o desprezo. É uma resposta plausível, não?




Tainná Vieira

sábado, 7 de maio de 2011

Eu minto.



Hoje estou ácida.
Sem palavras bonitas, sem versos, sem rimas, sem cor.
Por isso, e somente por isso, hoje não falarei das flores. Nem dos sóis.
Não falarei da vergonha, da dor de cabeça. Não falarei de você.
De nada que me lembre seu olhar.
Não contarei sobre seu olhar doce em direção ao meu.
E de nada que me recorde seu beijo, de nada que me recorde o estar com você.
Não ligarei se quer para o choro de agora, pois sei que agora é um instante tão fugaz quanto o depois.
Hoje não lembrarei dos perfumes, das rosas brancas, dos bombons e de nada que me recorde teu abraço forte.
Tua mão, dessa sim vai ser difícil esquecer, pois eram elas que fechavam meus olhos nos dias cansativos.
Ficou claro eu acho, não sentirei falta de nada, além das mãos.
E juro que não contarei mentiras, pois já não acredito no que eu digo.

Tainná Vieira

domingo, 1 de maio de 2011

Tom





Ao som da música leve, eu descanso. Lembrando os filmes repetidos da TV.
Vem um sono, uma calma que nada parece real. A música muda o tom. AGITO!
Levanto para arrumar minhas coisas, nada arrumado. BAGUNÇA!
Coral das vozes noturnas, coral canta os amores, cantas as flores da estrada.
Sempre falo das flores!
CANÇÃO!
Mudam agora os cantores, agora cantam mulheres. E novamente a calma.
Retorna os bons pensamentos, enquanto ela canta. Mas que dor!
Que dor eu sinto no rosto da mulher que canta, que cansaço. Dorme em mim esta mulher!
Sai de mim.
Minha música não deve ser triste, é no agito que faço bem as coisas.




Tainná Vieira