terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pé na estrada, sem violão.




Dos lugares que passei
trouxe apenas o cheiro das flores silvestres.
Trouxe a solidão dos que pareciam mais aflitos.
E as dores dos meus amores.

Nas árvores, as frutas amarelas
no chão um lindo tapete de frutas.
Desses lugares eu trouxe também
algumas frutas.

No horizonte, a sombra
das crianças não vingadas.
E os rios sem águas cristalinas
os rios de pedras,
que parecem ser tão belos.
Trouxe a ternura de um lugar hospitaleiro.
Trouxe a ressaca de uma noite mal dormida.
E a madrugada que passei rindo, com os meus.
Trouxe a saudade de lá.

Na minha volta guardei em mim.
Os sabores, os cheiros,
as lágrimas de uma solene despedida.
A música, que eu sempre ouvia baixinho.

Trouxe a lembrança, dos humildes que conheci.
Trouxe comigo até o que eu não queria.
A realidade, de não ter como ficar.
Deixei pra trás... pra nunca mais voltar a ver.
Meu coração.
Tainná Vieira


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