O mundo em que eu brincava de boneca, hoje é pequeno demais.
Dentro dele já não cabe os meus sonhos e eu.
E eu durmo esperando que ao despertar encontre esse tal amanhã que tanto vejo falar.
O amanhã-futuro.
Onde eu nada sei e não percebo a rotação da terra.
O amanhã-surpreza.
Onde as vezes o sol aparece, e as vezes se perde nos meus olhos tão famintos de vida.
E amor nesse amanhã é tão sem importância, tão descartavel, a amizade tão cheia de diferenças.
E a vida velha é somente as vinte e quatro horas do amanhã, apenas um dia, uma estrada onde eu as vezes paro, sento, respiro e continuo a me perder.
O amanhã-saudade.
Onde eu nada vivi, mas sinto uma tremenda falta de não ter vivido.
E sinto saudade das palavras que eu não disse.
Das risadas que eu não dei.
Dos amigos que eu não abracei e dos inimigos que não confrontei.
Saudades dos amores que eu não beijei, dos conhecidos que eu não conheci.
Durmo na esperança de que chegue logo...
O amanhã-verdade.
Onde eu quero viver intensamente.
Amar inconscientemente.
Sonhar o impossível.
E ficar rindo da vida, e ser vida.
Tainná Vieira